sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

[O Hip Hop além do conceito]



Se o Hip Hop é sobre pessoas, há aí uma ligação que gera o seguinte ciclo de interdependência: Se o Hip Hop se torna melhor as pessoas se tornam melhores, se o Hip Hop se torna pior as pessoas se tornam piores. Nesse caso o “melhor” e “pior” colocado como capacidade de ter uma visão mais ampla e equilibrada da vida, do mundo e de si mesmo.
Hip Hop é uma Cultura, e como tal dita valores, posturas, pensamentos, enfim, dita um modo de vida. Portanto, se o que é transmitido através do Hip Hop é um modo de vida baseado em valores ruins, as pessoas terão um modo de vida ruim, não produtivo. Se o Hip Hop se torna espiritualmente fraco, e em contraponto se torna forte materialmente, assim as pessoas irão ser. Por isso é importante o equilíbrio e a sabedoria, para que o Hip Hop não seja vetor de um modo de vida pouco hábil, pouco positivo, baseado em valores socialmente construídos para segregar e dificultar a harmonia entre as pessoas.
E nesse momento é que entramos na via de mão dupla, pois, o Hip Hop não só “constrói” as pessoas, mas é “construído” por elas. Sendo assim há uma imensa responsabilidade posta àqueles(as) que se identificam como Hip Hoppers. Se estas pessoas não constroem pra si valores sábios, não irão, através de sua arte no Hip Hop, conseguir construir algo positivo. Os desdobramentos internos e externos para o Hip Hop são diversos e não muito controláveis. Os entendimentos sobre o que o Hip Hop “prega”, “apóia” ou “é” se tornam muitas vezes distantes dos propósitos básicos a que essa cultura se predispôs a cumprir.
E pensando nisso vale lembrar preceitos básicos da Cultura Hip Hop: Paz, União, Amor e Diversão. Não há aqui a intenção de ditar o que é ou não Hip Hop, mas vale lembrar que há um contexto histórico e conceitual de surgimento da Cultura, que quando pesquisado, estudado e posto em prática, pode elucidar caminhos a serem trilhados quando falamos pelo Hip Hop.

Hip Hop a Cultura é Eterna!


CaminhoDeZion

Por Monge.

domingo, 15 de janeiro de 2012

[Assista] Nos Tempos da São Bento


“Nos Tempos da São Bento” é um documentário, rodado entre os anos 2007 e 2010. Nesse período, Guilherme Botelho (DJ Guinho) buscou resgatar personagens do hip hop nacional e a partir da visão de cada um deles, formou-se um mosaico, que nos dá a visão do todo. 

Entre os personagens estão mcs, graffiteiros, b.boys e djs, que independentemente da naturalidade, convergiam de alguma forma para Estação do Metrô São Bento, em Sampa. A proposta do filme, indispensável aos amantes do hip hop, é a manutenção e valorização da cultura aqui no Brasil. 

E para quem ama o hip hop, o filme transcende o conceito de memória coletiva e atinge o de memória afetiva. Destaque para os nossos conhecidos de longa data aqui de BH: os sensacionais DJ Roger Dee e dançarino Eduardo Sô. 

Um detalhe que merece reflexão é sobre a febre do break no Brasil: Ao mesmo tempo em que os dançarinos eram procurados na Estação São Bento pelas redes de televisão interessadas em sua arte, eram também agredidos por policiais. 

Vale demais assistir: Nos Tempos da São Bento