segunda-feira, 16 de abril de 2012

[ASSISTA] The Freshest Kids: A história do B-Boy




No início dos anos 70, o South Bronx deu origem a vários fenômenos distintos, mas relacionados que, por sua vez foram ouvidos em todo o mundo. DJ Kool Herc, DJ Bronx, Grandmaster Flash, começaram a experimentar efeitos sonoros e rítmicos.

Os novos sons gritavam por novos estilos de dança, trazendo movimentos acrobáticos e igualmente inéditos. E alguns DJs incorporaram MCs para acrescentar raps rimando sobre as batidas. Soma-se nesse contexto a arte do graffiti e você tem o nascimento da cultura hip-hop, que ao longo dos próximos 30 anos teria um impacto praticamente em todos os aspectos da cultura popular ocidental.

The Freshest Kids: A história do B-Boy é um documentário de 2002, que olha para os pioneiros do hip-hop no Bronx e traz entrevistas com alguns dos dançarinos principais da cultura (original "B-Boy) entre outros ícones incluindo Kool Herc, Afrika Bambaataa, KRS-One e Fab Five Freddy, bem como de artistas que reconhecem a importância desses pioneiros, entre eles Redman, Mos Def e Jurassic Five.

Assista online aqui: The Freshest Kids.

Por Lu Matsu.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Hip Hop: "ContraCultura"

                Foto: (CC BY-SA) Mídia Fora do Eixo
  
A Cultura Hip Hop é modo de vida dos jovens do Sul do Bronx na década de 70, e como tal emerge dentro de um contexto social, econômico, político e cultural. Para entendermos melhor o Hip Hop é importante ressaltar a característica do bairro onde essa cultura surge. O Bronx, na década de 70, era um bairro habitado principalmente por negros, latinos, asiáticos e europeus, e por ser um bairro de invasão era um bairro pobre e sem estrutura. A partir dessas últimas características é possível entender porque a juventude do Bronx passa por um processo de, através do compartilhamento das diversas culturas do bairro, criar os seus próprios meios de vida e expressão.
As Block Parties são os encontros que conseguem confluir várias dessas expressões e a partir destas se fortalece um modo de vida desses jovens, fundadas principalmente em costumes próprios daquela população e nas expressões artísticas que depois vieram a ser conhecidas como Hip Hop.
O Hip Hop surge como um meio de, não tendo acesso a outras vias culturais, de entretenimento e de conhecimento, criar os próprios meios para tal. Dessa maneira o Hip Hop surge como contracultura, principalmente por valorizar as expressões, artes, pensamentos e visões de mundo de uma parcela da população Norte Americana radicalmente discriminada. Em meio aos reflexos da propaganda do American Way Of Life, o Hip Hop emerge com um posicionamento de conquista de respeito e visibilidade por um viés quase extremamente oposto ao que a sociedade americana pregava naquela época.
Com a percepção por parte da indústria do poder de mercado que esta cultura tinha, ocorreram duas principais ondas de investimentos no Hip Hop, inicialmente pela via da Dança (Breaking) e depois o Rap, o que de certa forma levou a um enfraquecimento das bases de contraposição que anteriormente o Hip Hop mantinha. Nesse sentido é válido ressaltar que a contraposição não passava necessariamente pelo discurso, mas principalmente pelo fato de não se enquadrar ou acatar a lógica e às demandas do mercado. Porém uma grande parcela de artistas e admiradores, a essa época já espalhados mundo a fora, mantiveram o raciocínio "do yourself" que norteou os primórdios dessa cultura.
Por uma questão de raízes, mesmo que em determinados momentos alguns artistas do "Hip Hop" se enquadrem na lógica e nas demandas do mercado, desconsiderando muitas vezes os princípios do Hip Hop, é mantida viva a posição de contracultura. Essa posição permanece principalmente pelo fato do Hip Hop ser uma cultura que, por princípios e formação, prioriza a autonomia do indivíduo através da busca do conhecimento. Se bem estudados e compreendidos, os conhecimentos gerados pelo Hip Hop e aqueles que são desdobramentos desta cultura, se transformam numa imensa lente pela qual se desenvolvem amplas visões de mundo e de vida.
Isso se torna um dos maiores elementos de posicionamento do Hip Hop como contracultura, afinal vivemos uma era onde as visões de mundo e vida são cada vez mais reduzidas e manipuladas. Os indivíduos têm cada vez menos autonomia no desenvolvimento de suas identidades, portanto menos liberdade cultural. Por isso aqueles que vivem a cultura Hip Hop, e de fato buscam explorar o universo envolto nesta, tendem a lutar para viver além das determinações culturais vigentes.
Hip Hop a Cultura é Eterna!
#CaminhoDeZion